Resumo Investigamos a percepção de mulheres gordas sobre seu próprio corpo e suas experiências com discriminações relacionadas ao peso e como essas situações afetavam seu bem-estar. Trinta e nove mulheres obesas foram entrevistadas, sendo identificados três eixos de análise: (1) repercussões de ser gorda, (2) vivendo com um corpo gordo, e (3) eu sou uma pessoa ou apenas um corpo gordo? Esses eixos eram compostos por oito temas que se complementavam ou tinham significado semelhante. Os resultados mostraram que nossas participantes utilizavam mecanismos para diminuir a magnitude de seus corpos estigmatizados (por exemplo, tentando perder peso e modificando suas escolhas alimentares atuais). As participantes também relataram que ser gorda teve consequências físicas e psicológicas para elas. É importante ressaltar que seus corpos maiores influenciaram sua autoavaliação, fazendo com que se sentissem desvalorizadas, incapazes, incompletas e sem possibilidade de se sentirem amadas. Elas relataram experiências estigmatizadoras em situações familiares, no local de trabalho e em espaços públicos, e relataram serem estigmatizadas por pessoas próximas e desconhecidas, bem como por profissionais de saúde. Foi relatado que esses profissionais tratam os pacientes com desrespeito, o que exige atenção quanto às desigualdades na assistência à saúde de pessoas obesas. Nossos resultados enfatizam que atitudes estigmatizadoras em relação às pessoas gordas e suas próprias considerações sobre si mesmas têm consequências negativas para seu bem-estar físico e mental.

Abstract We investigated fat women’s perceptions of their own bodies and their experiences with weight-related discriminations, and how these situations affected their well-being. Thirty-nine obese women were interviewed, and three axes of analysis were identified: (1) repercussions of being fat, (2) living with a fat body, and (3) am I a person or just a fat body? These axes were composed of eight themes which had similar meaning or complemented each other. The results showed our participants had mechanisms to diminish the magnitude of their stigmatized bodies (e.g., attempting to lose weight and changing their current food choices). Participants also reported being fat had physical and psychological consequences for them. Most notably, their larger bodies influenced their self-evaluation, making them feel devalued, unlovable, incapable, and incomplete. They reported stigmatizing experiences in familiar situations, at the workplace and in public spaces, and reported being stigmatized by both close and unknown individuals, including healthcare professionals. These professionals were reported to treat patients disrespectfully, which urges attention to health care inequalities for obese people. Our results stress stigmatizing attitudes towards fat people and their own considerations about themselves have negative consequences in their physical and mental well-being.

Resumo Investigamos a percepção de mulheres gordas sobre seu próprio corpo e suas experiências com discriminações relacionadas ao peso e como essas situações afetavam seu bem-estar. Trinta e nove mulheres obesas foram entrevistadas, sendo identificados três eixos de análise: (1) repercussões de ser gorda, (2) vivendo com um corpo gordo, e (3) eu sou uma pessoa ou apenas um corpo gordo? Esses eixos eram compostos por oito temas que se complementavam ou tinham significado semelhante. Os resultados mostraram que nossas participantes utilizavam mecanismos para diminuir a magnitude de seus corpos estigmatizados (por exemplo, tentando perder peso e modificando suas escolhas alimentares atuais). As participantes também relataram que ser gorda teve consequências físicas e psicológicas para elas. É importante ressaltar que seus corpos maiores influenciaram sua autoavaliação, fazendo com que se sentissem desvalorizadas, incapazes, incompletas e sem possibilidade de se sentirem amadas. Elas relataram experiências estigmatizadoras em situações familiares, no local de trabalho e em espaços públicos, e relataram serem estigmatizadas por pessoas próximas e desconhecidas, bem como por profissionais de saúde. Foi relatado que esses profissionais tratam os pacientes com desrespeito, o que exige atenção quanto às desigualdades na assistência à saúde de pessoas obesas. Nossos resultados enfatizam que atitudes estigmatizadoras em relação às pessoas gordas e suas próprias considerações sobre si mesmas têm consequências negativas para seu bem-estar físico e mental.

Abstract We investigated fat women’s perceptions of their own bodies and their experiences with weight-related discriminations, and how these situations affected their well-being. Thirty-nine obese women were interviewed, and three axes of analysis were identified: (1) repercussions of being fat, (2) living with a fat body, and (3) am I a person or just a fat body? These axes were composed of eight themes which had similar meaning or complemented each other. The results showed our participants had mechanisms to diminish the magnitude of their stigmatized bodies (e.g., attempting to lose weight and changing their current food choices). Participants also reported being fat had physical and psychological consequences for them. Most notably, their larger bodies influenced their self-evaluation, making them feel devalued, unlovable, incapable, and incomplete. They reported stigmatizing experiences in familiar situations, at the workplace and in public spaces, and reported being stigmatized by both close and unknown individuals, including healthcare professionals. These professionals were reported to treat patients disrespectfully, which urges attention to health care inequalities for obese people. Our results stress stigmatizing attitudes towards fat people and their own considerations about themselves have negative consequences in their physical and mental well-being.

ABSTRACT The present study aimed to perform an epidemiological survey on the prevalence rate of oral lesions diagnosed in a referral center in Brazil and to establish association between the lesions and the age and gender of the affected patients. This analytical observational study analyzed 3521 medical records of anatomopathological exams of the Pathological Anatomy and Cytopathology Laboratory of the Cancer Hospital of the state of Mato Grosso (Brazil), from December 2011 to September 2015. A total of 1550 relevant medical records was detected. Patients aging between 41 and 60 consisted of 42.84% of the sample. Males were more affected than females (60.13%). Inflammatory processess consisted of the most prevalent diagnosis (43.29%), followed by squamous cell carcinoma (6.06%), and periapical granuloma (5.23%). Oral health public policies must give major attention to Brazilian males aged between the fourth and sixth decades of life in order to improve their quality of life.

RESUMO Objetivo Analisar a prevalência dos casos de carcinoma epidermóide e fazer seu georreferenciamento, buscando correlaciona-los às áreas de maior produção agrícola e utilização de agrotóxicos. Métodos Trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo realizado por meio de pesquisa dos laudos histopatológicos com diagnóstico confirmado de carcinoma epidermóide de boca emitidos de agosto de 2005 a dezembro de 2011 pelo serviço de patologia bucal do laboratório público do Estado de Mato Grosso. Os dados foram tabulados com o software IBM SPSS Statistics e a análise espacial utilizou o software ArcGIS 10.1. Resultados Houve um maior número de diagnósticos no ano de 2007 (26,6%), 99 casos (75%) eram de pacientes do sexo masculino; 96 casos (72,8%) eram de pacientes na faixa etária compreendida entre 41 e 70 anos e os municípios de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis apresentam respectivamente o maior número de ocorrências. Conclusão Não foi encontrada relação entre a ocorrência dos casos de carcinoma epidermóide de boca e os municípios com grande produção agrícola e elevado uso de agrotóxicos.

ABSTRACT Objective To assess the prevalence of epidermoid carcinoma cases, georeference their locations, and seek to correlate them to areas with higher agricultural production and use of pesticides. Methods This was a cross-sectional, descriptive and retrospective study conducted by searching the histopathological reports with confirmed diagnosis of epidermoid carcinoma of the mouth issued from August 2005 to December 2011 by the public oral pathology laboratory of the State of Mato Grosso, Brazil. Data were plotted with the IBM SPSS Statistics software and spatial analysis used the ArcGIS 10.1 software. Results There were a higher number of diagnoses in 2007 (26.6%); 99 cases (75%) of patients were male; 96 cases (72.8%) were patients aged between 41 and 70 years; and the cities of Cuiabá, Várzea Grande and Rondonópolis respectively showed the highest number of occurrences. Conclusion No relationship was found between the occurrence of cases of epidermoid carcinoma and the municipalities with high agricultural production and pesticide use.

Osteopetrosis is characterized by a considerable increase in bone density resulting in defective remodeling, caused by failure in the normal function of osteoclasts, and varies in severity. It is usually subdivided into three types: benign autosomal dominant osteopetrosis; intermediate autosomal recessive osteopetrosis; and malignant autosomal recessive infantile osteopetrosis, considered the most serious type. The authors describe a case of chronic osteomyelitis in the maxilla of a 6-year-old patient with Malignant Infantile Osteopetrosis. The treatment plan included pre-maxilla sequestrectomy and extraction of erupted upper teeth. No surgical procedure was shown to be the best to prevent the progression of oral infection. Taking into account the patient's general condition, if the patient develops severe symptomatic and refractory osteomyelitis surgery should be considered. The patient and his family are aware of the risks and benefits of surgery and its possible complications.

La osteopetrosis se caracteriza por un aumento considerable de la densidad ósea que resulta en un remodelado defectuoso, causado por mal funcionamiento de los osteoclastos, de severidad variable. Usualmente se divide en 3 tipos: osteopetrosis dominante autosómica benigna, osteopetrosis recesiva autosómica intermedia y osteopetrosis infantil recesiva autosómica maligna, considerado el tipo de mayor gravedad. Los autores describen un caso de osteomielitis crónica en el maxilar superior de paciente de 6 años de edad con osteopetrosis infantil maligna. El plan de tratamiento incluyó secuestrectomía y exondoncia de los dientes superiores erupcionados. Ningún procedimento quirúrgico se ha comprobado que sea superior a otros en la prevención del avance de infecciones bucales. Tomando en cuenta las condiciones generales del paciente al desarrollar osteomielitis refractaria y sintomática severa, la cirugía debe ser considerada. El paciente y sus familiares deben ser conscientes de los riesgos y beneficios de la cirugía, así como de sus posibles complicaciones.